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"Que mole desgraciosa, é aquela com uma asa incompleta
que ficou de ser lhe pôr desde o princípio, no meio de uma aldeola indecente do alto duma calçada de casernas. Será isto um
palácio de príncipes?" ("Lisboa Monumental", Fialho de Almeida)
Queremos recolocar a Ajuda no mapa de Lisboa!
Diagnóstico:
É urgente pôr em
prática um Plano de Pormenor da área envolvente ao Palácio da
Ajuda, que abranja as seguintes componentes:
1. Intervenção no próprio
Palácio, com
- Recuperação da zona ardida do Palácio da Ajuda.
Há demasiado tempo que se aguarda
por essa intervenção. Convém recordar que se trata de um palácio nacional e da sala de visitas de Estado.
- Finalização do lado
Norte do Palácio Nacional da Ajuda.
Praticamente todos os 10 anos se faz um plano de pormenor, se faz um projecto
e se anuncia o começo do remate final do Palácio. Mas tudo continua como dantes. Que se debata profusamente a solução
encontrada e que se arranque com as obras, S.F.F.
- Remodelação das actividades
dos próprio Palácio, enquanto ponto turístico que se traduzam numa maior fruição do público das alas monumentais e dos
jardins; através da organização de um programa contínuo de exposições e iniciativas culturais mobilizadoras e da libertação
de alguns serviços do Estado.
2. Intervenção na zona circundante ao
Palácio (*), a nível da requalificação da área, recuperação de património e mobilidade dos cidadãos, como por exemplo:
- Recuperação
do "Jardim das Damas"; - Recuperação da torre sineira "Galo da Ajuda"; - Libertação e reutilização do chamado
"Paço Velho", hoje com ocupação militar (GNR);
- Libertação e reconversão cultural da chamada "Sala
de Física", hoje com´gabinete do Arquivo Fotográfico do IPM;
- Condicionamento de trânsito no Largo da Ajuda;
- Recuperação e valorização dos jardins à volta do palácio;
- Requalificação da zona vizinha das antigas pedreiras
da Rua Eduardo Bairrada, verdadeira chaga paisagística.
3. Maximizar o efeito-proximidade de zonas de
importante valia cultural e turística, de Belém à Tapada da Ajuda, Monsanto e Santo Amaro, com a criação de ciclovias,
circuitos pedonais e turísticos que possibilitem um melhor usufruto não só do Jardim Botânico, como da Tapada da Ajuda, Pavilhão de Exposições,
Instituto de Agronomia e do próprio Parque de Monsanto; inclusive o estabelecimento de protocolo com o Observatório Astronómico da Ajuda, com vista a uma melhor divulgação, conhecimento
e utilização do mesmo.
4. Intervenção de fundo
na Tapada da Ajuda, de modo a
- Acabar-se com a proliferação
de autorização de construção, anárquica, e sem qualquer respeito pelo ordenamento da tapada;
- Recuperação dos lagos, circuitos
e espaços lúdicos hoje abandonados (ex. zona Palácio de Exposições);
- Revitalização do Observatório Astronómico.
6. Apoio ao
Belém Clube, compreendendo a recuperação e programação do belíssimo teatrino da Calçada da Ajuda;
7. Alargamento do percurso
do eléctrico nº 18 (R.Alfândega-Cemitério da Ajuda) criando uma bifurcação da Calçada da Ajuda a Belém, permitindo
assim uma maior mobilidade a quem se queira deslocar no "arco" Belém-Calçada da Ajuda-Palácio da Ajuda-Monsanto-Tapada da
Ajuda-Calçada do Galvão-Santo Amaro.
8. Intervir em 3 casos escandalosos
de património ao abandono (*), nesse "arco" Belém-Ajuda-Santo Amaro, i.e., na Quinta das Águias, no Palacete da Ribeira
Grande e nas antigas cocheiras do Palácio Valle Flor, no Alto de Santo Amaro.
9. Apoio à
revitalização do Atlético Clube de Portugal, como pilar social de toda uma comunidade,
como pólo mobilizador da juventude. Já é tempo do Atlético ser tratado ao nível
dos 3 grandes de Lisboa. Há equipamentos a renovar. Necessidades a satisfazer. E muitos projectos por iniciar!
(*) Ver textos abaixo
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Em relação à Zona Circundante ao Palácio
da Ajuda, pode ler-se no sítio do IPPAR:
"Para além do Palácio, a freguesia da Ajuda possui um centro histórico mais vasto e rico que
engloba diversas construções espaçadas no tempo mas muito próximas geograficamente. O Jardim das Damas, construído a N. do
Palácio da Ajuda, compunha-se de um espaço ajardinado áulico, com cascatas e fontes e é o único espaço que dá acesso directo
ao andar nobre do Palácio. A Torre do Relógio foi construida ao lado da capela real, segundo desenho do arquitecto Manuel
Caetano de Sousa, procedendo-se à cerimónia de sagração dos sinos em 1793. O Palácio Velho localiza-se a Norte do Jardim Botânico
e compõe-se de uma planta em "L" com dois pisos. O jardim botânico da Ajuda confere a todo o conjunto uma atmosfera cuidada
e campestre, organizando-se em dois tabuleiros no sentido Este-Oeste, com uma escadaria central de ligação. No extremo sudoeste
do Jardim localiza-se o Pavilhão de Física, edifício de dois pisos amplamente decorado com pinturas a estuque no interior."
E no sítio da DGEMN:
1) Jardim das Damas: terraço ajardinado de
planta pentagonal muito irregular (um rectângulo adossado ao flanco N. do Palácio, à cota do seu andar nobre, para o qual
tem acesso directo, e cujo ângulo NO. apresenta uma inflexão acentuada). É estruturado em 2 alinhamentos E. - O. de placas
ajardinadas, que separam 3 ruas paralelas (o percurso axial e os perifériocos ao Palácio e ao muro N.), os quais por sua vez
se interligam, e dotado de um mirante, 2 cascatas e 13 tanques ;
2) Sala de Física: pavilhão independente, integrado
no extremo SO. do Jardim Botânico. Constitui-se em 2 corpos - a O. uma construção de 2 pisos com acesso pela rua, para onde
abrem as 2 portas e a janela rectangular gradeada do piso térreo, sendo o piso nobre assinalado pelas 4 janelas rectangulares
de sacada e a cobertura por um telhado a 2 águas; a E., um volume mais elevado, de planta quadrada e cobertura a 4 águas,
apresenta 3 níveis, sem qualquer abertura no piso térreo e com uma janela rectangular cada um dos seguintes. No seu interior
há a destacar o conjunto dos estuques, da talha, e a pintura decorativa;
3) Torre Sineira, da antiga igreja paroquial de Nossa Senhora
da Ajuda, situada num terreiro a E. do Palácio. De secção quadrada, a torre apresenta 4 níveis: a base em alvenaria mista
irregular e os restantes em cantaria, separados por frisos e rasgados sucessivamente por janelas quadradas, mostradores de
relógio, ventanas sineiras. O remate, de forma bolbosa, é enquadrado por 4 fogaréus;
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(Foto: DGEMN) |
4) o chamado Paço Velho, a N. do Jardim Botânico e acessível
pela Calçada da Ajuda. De planta em L, os seus 2 corpos apresentam fachadas a N. e a E. (Calçada da Ajuda, a principal). Esta
fachada compõe-se de 2 pisos marcados por 4 pares de janelas (rectangulares e gradeadas no piso térreo, quadradas no 2º piso)
que ladeiam uma porta rectangular que, com o seu emolduramento de cantaria rematado por frontão curvo, assinala o vestíbulo,
de duplo pé-direito. O seu piso térreo contém 4 tectos em estuque com pintura decorativa;
5) Jardim Botânico da Ajuda, com casas anexas
a S. (onde morou Brotero) e outra no ângulo SE. Constituído por 2 tabuleiros rectangulares cuja diferença de cotas é vencida
por um muro de cantaria e balaustrada. No ponto central do muro, uma escadaria em 2 lanços rectos divergentes. No extremo
N. do tabuleiro superior alinham-se várias estufas com espécies vegetais raras; no tabuleiro inferior, mais largo e de organização
mais elaborada, um eixo E. / O. é definido por 3 tanques, a partir dos quais uma rede de caminhos a 45º enquadra canteiros
de buxo.
Utilização Inicial Recreativa (1) / cultural / educatica (2) / cultual (3) / residencial (4) / recreativa / cultural (5) Utilização Actual Devoluto
(1) / residencial (2) / marco histórico-cultural (3) / militar (4) / recreativa / cultural (5) Propriedade Pública: estatal Afectação S.E.C.
(1, 2 e 3), G.N.R. (4) e Instituto Superior de Agronomia (5)
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Eis o
valioso património que, entre a Ajuda e Santo Amaro, convém não esquecer, pois está ao abandono há demasiado tempo. Há que
intervir:
1. Quinta das Águias, R. da Junqueira, nº 138 / Cç. da Boa Hora, nº 3 - 5 e 29; Imóvel de
Interesse Público, Dec. nº 2/96, DR 56 de 6 Março 1996. Época de Construção: Séc. XVIII-XIX. Autoria: Engº
Carlos Mardel / Arqº Fortunato Lodi.
Quinta das Águias |
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(Foto: DGEMN) |
Resumo: o Palácio das Águias, com a sua quinta e jardins, constitui um comprido
e estreito rectângulo afunilado a Norte. desenvolvendo-se através de um conjunto de volumes de três pisos que se articulam
entre si com cobertura de duas águas, realçado nos cantos por torreões salientes de secção quadrada cujas coberturas, de telha
vidrada com beirais salientes, em tronco de pirâmide com mansardas são sobrepostas por pirâmides de maior abertura (...) O
acesso ao jardim faz-se através de uma escadaria de lanços divergentes paralelos ao plano de parede que terminam num extenso
terraço limitado por balaustrada. INTERIOR: há a destacar o átrio - com pavimento de mármore e tecto de estuque, apresenta
no muro de fundo uma porta de ferro forjado (Vasco Regaleira, Fábrica Granja, séc. 20) e emolduramento de cantaria; a escadaria
- com um 1º lanço que se desdobra em 2 no patamar médio, o qual possui tecto de estuque abaulado, com clarabóia e lanternim,
e ostenta revestimento azulejar nos muros (séc. 20); a Sala de Entrada - com tecto de estuque, levemente relevado, e uma porta
de serralharia artística (Vasco Regaleira) e emolduramento de cantaria ; a Sala de Jantar e Sala de Estar - ambas com tectos
de estuque; Capela - de pequenas dimensões, com galeria superior limitada por balaustrada de madeira e silhares de azulejos
setecentistas - do tipo rótulos e pendurados, com figuras episódicas e pilastras nas bordaduras laterais. A sanca apresenta
pintura ornamental policroma (grinaldas e cartelas com versículos dos salmos). O denominado jardim grande, fronteiro ao alçado
S., apresenta traçado setecentista com muretes de azulejos (cenas de caça), bustos de mármore e espécies vegetais notáveis.
Utilização Inicial: Residencial / Agrícola: quinta com exploração agrícola. Utilização
Actual: remodelação. Propriedade privada: pessoa colectiva.
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2. Palacete da
Ribeira Grande / Escola Secundária Rainha D. Amélia, R. da Junqueira, 62 - 78, em vias de classificação (desde 1991), Devoluto,
propriedade privada: pessoa colectiva.
Palácio Ribeira Grande |
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(Foto: DGEMN) |
Resumo: Extensa construção de planta rectangular e volumetria escalonada,
desenvolve-se em dois pisos e quinze tramos em que dominam as linhas horizontais (...) composição em altura de um corpo
central e dois corpos extremos extremamente marcantes na estrutura do alçado principal, virado a Sul (...) Sobre o corpo
central levanta-se o frontão triangular, com as armas dos Câmaras (...) O alçado posterior, sobre os terrenos dos antigos
jardins, apresenta cinco corpos, sendo os do meio e extremos de dois pisos (...) No extremo mais ocidental do Palácio surge
a fachada principal da capela de invocação a Nossa Senhora do Monte do Carmo que apresenta três corpos de dois andares...
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